Thursday, July 19, 2007

01 . A Ilha da Arquitectura . Island of Architecture





A Bienal de Cerveira celebra 30 anos de existência em 2008. Este ano, pela primeira vez, será apresentada uma exposição dedicada à arquitectura. O objectivo da exposição, cujo título é “Arquitecturas à Margem”, é apresentar gabinetes que tentam produzir uma arquitectura que não se conforma às práticas mais correntes.

O Plano B é um gabinete de arquitectura que procura uma abordagem crítica a temas como Desenvolvimento Sustentável ou Progresso Tecnológico, através da utilização de materiais naturais em conjugação com materiais industriais.

A proposta do Plano B arquitectura para a Bienal de Cerveira intervém no espaço destinado à exposição “Arquitecturas à Margem” a instalar na Casa do Artesão.

Sendo o Plano B um gabinete de arquitectura português, pareceu-nos que poderíamos assumir o papel de anfitriões, fazendo os convidados de outros países "sentirem-se em casa". Propõe-se então uma intervenção que sirva de suporte físico a todos os outros participantes: "Homeland – A Ilha da Arquitectura".

Num gesto de universalidade, e como ponto de contacto entre todos os participantes, escolhemos materializar a proposta através de dois dos materiais mais comuns do mundo: a terra e o alcatrão. Uma superfície ondulada em terra cortada abruptamente, sobre a qual será aplicada uma fina camada de alcatrão.

A construção de uma ilha no interior da Casa do Artesão permite jogar com as ideias de território: enquanto espaço geográfico (uma paisagem artificial) e enquanto fronteira política (uma ilha de arquitectura). Algo que nos parece adequado ao tema da Bienal (Oriente/Ocidente) e a uma refexão sobre a relação de algum divórcio entre arquitectura e a indústria da construção, o meio artístico ou a sociedade em geral.

Permite, também brincar/reflectir/criticar um contexto mundial de crescente suspeita, ameaça e medo na relação entre países e indivíduos e, simultaneamente, de preocupação internacional e individual com a protecção do ambiente.

Na Homeland, os espaços de exposição são lotes, como numa urbanização, onde os participantes terão a sua intervenção. Estes elementos expositivos serão “experimentados” pelos visitantes, através de um percurso em redor da Homeland, até serem confrontados com um check-point - uma alusão aos actuais controlos fronteiriços e aos choques culturais daí resultantes.

Apenas os indivíduos considerados aceitáveis por alguma regra oculta podem prosseguir a visita, tendo para isso que se descalçarem (ou calçarem uma protecção) antes de pisarem o alcatrão.

Bem-vindo à Homeland!



The Cerveira Arts Biennial is a 30 years old event held at the idyllic Vila Nova de Cerveira, in the northwest of Portugal, on the banks of Minho River, a natural border with Spain.

This year the Biennial will host for the first time an architectural exhibit. The exhibition title – Arquitecturas à Margem - which in a free translation is “Architectures on the shore”, will present architectural practices that are striving to produce “off the beaten track” architectures...

Plano B is a young architectural office aiming for a critical approach to issues such as Sustainable Development, Technological Progress, juxtaposing the use of natural construction materials with industrial ones.

The proposal of Plan B architecture for the Biennial of Cerveira intervenes in the entire space destined to the exhibition "Arquitecturas à Margem".

Being Plano B the only Portuguese participant, it seemed appropriate to assume the role of hosts, making the guests of other countries "feel at home". Our project is, thus, the physical support to all other participants: "Homeland - Island of Architecture".

In an ecumenical gesture, we choose to materialize the proposal through two of the most common materials in the world: earth and asphalt. An abruptly cut undulating surface on which a fine asphalt layer will be applied.

The construction of an island allows playing with the ideas of territory: as an artificial geography and as a political entity (an island of architecture).

This seems adequate to the subject of this year Biennial - East/West - and as a reflection on the relation between architecture and the construction industry, the artistic scene or society at large.

It was meant to criticize a world-wide context of increasing suspicion, threat and fear among countries and individuals, and simultaneously of international and individual concern with the environment.

At Homeland, the territory was made into plots, as if it were an urban development. Each plot is assigned to one participant.

The public will walk around the island until it reaches a checkpoint – an allusion to border controls. There he will be subjected to an inquiry which will determine, through some hidden rule, access to the exhibition area.

Just before stepping on the asphalt, visitors will be asked to take of their shoes.

Welcome to Homeland!


2 comments:

RPL said...

Quanto é que custa um lote na vossa urbanização?!

Bom trabalho e sucesso nesta vossa última aventura. E comecem a postar furiosamente que estou com muita curiosidade de ver esta obra nascer!

Anonymous said...

o preço não sei... o custo, em esforço, tem sido bastante alto! Este f-d-semana foi bastante intenso. As imagens estao a chegar...